sábado, 23 de fevereiro de 2008

KOSOVO – Uma proclamação de assassinato à Europa

O diário Krasnaia Zvezda (Estrela Vermelha), órgão oficial do Ministério da Defesa da Rússia, considera que a proclamação da independência do Kosovo poderá ser um exemplo para 200 lugares na Terra.
Num artigo dedicado à questão do Kosovo “Manta de retalhos da Europa”, o jornalista Vladimir Kuzar desenha o que poderá acontecer em Berlim em 2020 se se repetir a situação no Kosovo.
“Grupos armados extremistas muçulmanos que aterrorizam os alemães de Berlim... trazem para as ruas da capital alemã correlegionários seus para exigir mais liberdade e a possibilidade de viver segundo as próprias leis” –descreve o jornal.
Como a polícia já não consegue travar a onda de violência, pede ajuda às forças armadas alemãs. Confrontos com os manifestantes levam ao derrame de sangue, que provoca indignação entre a comunidade mundial e principalmente nos países muçulmanos. Estes pedem a convocação do Conselho de Segurança da ONU, mas as suas decisões não são cumpridas.
“Então – continua o jornal – decide-se enviar para Berlim tropas internacionais de paz para a manutenção da paz, formadas pela Liga dos Estados Árabes. Sob a sua protecção, os islamitas expulsam da cidade a população alemã, criam os seus órgãos do poder, declaram o seu apego à democracia e aos seus valores e, por fim, declaram a independência de Berlim, que é reconhecida por uma série de Estados”.
Segundo o jornalista, esse cenário poderá ser considerado “louco” e estúpido” pelos leitores, mas “apenas terão parcialmente razão, porque foi precisamente segundo esse cenário não fantástico, mas real, que se desenvolveu a situação no Kosovo”.
O Krasnaia Zvezda considera que isso irá destruir a organização mundial existente e poderá transformar a Europa numa “manta de retalhos”.
“Não se trata apenas dos Estados não reconhecidos no espaço post-soviético... mas quase todos os países da Europa podem dividir-se, desintegrar-se em várias partes” – escreve o jornal militar, citando como exemplos a Espanha, Grã-Bretanha, Bélgica, França, Itália, Roménia, Dinamarca, Polónia, Suíça, Finlândia.
“Claro que nem todos os focos de separatismo existente na Europa são perigosos... mas muito deles, depois da proclamação da independência do Kosovo, ganharão tanta força que farão literalmente explodir o velho continente” – considera o diário.
O jornal russo atribuiu as culpas desta situação à política norte-americana e ao “politicamente correcto” da União Europeia. “Para os Estados Unidos é mais importante conservar a sua presença militar nos Balcãs e provocar uma “leve instabilidade” nas fileiras da União Europeia, enfraquecendo assim essa organização.
A Europa volta a cair na armadilha criada pela sua anterior política de estímulo da desintegração da URSS e Jugoslávia. E tem dificuldade em sair dela devido ao maldito “politicamente correcto” – considera o Krasnaia Zvesda.
O diário militar russo cita as palavras de Vitali Tchurkin, representante da Rússia no Conselho de Segurança da ONU, que declarou: “cerca de 200 formações poderão utilizar esse exemplo em todo o mundo”.”

*** texto retirado do blog http://www.terraportuguesa.net/***

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Com a proclamação da independência do Kosovo abriu-se uma porta para o fim das nações europeias como as conhecemos . Certamente os leitores pensam que eu estou a ser demasiado alarmista, mas não, se não vejamos: convêm esclarecer que o argumento base para a proclamação da independência do Kosovo é o facto dos “os albaneses (passaram a fronteira aos poucos) durante estes cem anos e tornaram-se uma maioria no Kosovo” . Assim sendo temos que no futuro deitar os mapas que temos em casa da Península Ibérica ao lixo, porque se o Kosovo tem legitimidade para ser independente mais depressa o Pais Basco tem esse direito, ou a Galiza, a Catalunha, as Astúrias e por ai fora. Mas não podemos ficar por ai, temos que olhar também para a questão da Irlanda do Norte, Madeira, quem sabe Açores, Sicília, Escócia, Pais de Gales, as Flandres e muitos outros que poderão aparecer entretanto vindos dos territórios da URSS ou da antiga Jugoslávia.

Se avaliarmos em conta o argumento que deu origem a independência do Kosovo então, pela certa, as nações europeias chegaram ao seu fim. Enquanto anteriormente estive a falar de casos que a sua legitimidade e bastante discutida, (porque antes da fundação da Espanha já existia o Pais Basco ou a Galiza ou a Escócia que já existia antes do Reino Unido) com este caso do Kosovo a questão passa não por identidade antropológica de um povo num determinado espaço geográfico, mas sim, pela capacidade de um povo ocupar um território de outrem e num determinado espaço de tempo (cem anos) reproduzirem-se mais rapidamente tornando-se uma maioria. Sendo assim o futuro da Europa advinha-se sombrio, como é sabido (basta ir ao Reino Unido para deparamo-nos nas ruas com esses facto) prevê-se que em menos de cinquenta anos pela primeira vez na historia da humanidade um povo deixa de ser uma maioria no seu território, não por guerra ou desastres naturais, mas sim, por invasão maciça de emigração. O que vai valer ao Reino Unido é o facto de que existem diferentes grupos étnicos entre os imigrantes, caso o contrario Londres e arredores poderiam pretender a sua auto determinação (bem sei que era um caso escandaloso mas seguindo a lógica das Nações Unidas o meu argumento não se torna de todo descabido). Bem mais preocupante é o caso do nosso rectângulo (Portugal) onde desde as Caldas da Rainha ate Setúbal, já há conselhos que têm entre vinte a oitenta por cento de habitantes oriundos das ex-colónias com a mesma etnia. É fácil de prever o futuro com exemplos do presente, daqui a cem anos ou menos (não será descabido como hoje parece ser) as Nações Unidas puderam estar a discutir a autodeterminação de Lisboa e distritos envolventes, mas ai será tarde de mais para alterar seja o que for....

VD

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