segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Canil-Gatil de Guimarães


Cão que matinalmente farejavas a calçada
as ervas os calhaus os seixos os paralelipípedos
os restos de comida os restos de manhã
a chuva antes caída e con
vertida numa como que auréola da terra

cão que isso farejas cão que nada disso já farejas
Foi um segundo súbito e ficaste ensanduichado
esborrachado comprimido e reduzido
debaixo do rodado imperturbável do pesado camião

Que tinhas que não tens diz-mo ou ladra-mo
ou utiliza então qualquer moderno meio de comunicação
diz-me lá cão que faísca fugiu do teu olhar
que falta nesse corpo afinal o mesmo corpo
só que embalado ou liofilizado?
Eras vivo e morreste nada mais teus donos
se é que os tinhas sempre que de ti falavam
falavam no presente falam no passado agora
Mudou alguma coisa de um momento para o outro
coisa sem importância de maior para quem passa
indiferente até ao halo da manhã de pensamento posto
em coisas práticas em coisas próximas
Cão que morreste tão caninamente
cão que morreste e me fazes pensar parar até

que o polícia me diz que siga em frente
Que se passou então? Um simples cão que era e já não é

Ruy Belo



Desde os tempos mais remotos, que os cães e gatos são encarados como os melhores amigos do homem. Infelizmente, todos os anos cães e gatos são abandonados à sua sorte pelos seus donos nas ruas e jardins das nossas cidades. Os animais de estimação não podem ser encarados como objectos descartáveis, que usamos e deitamos fora quando já não precisamos deles.
Assim, o Guimarães Nacional apela a todos os nossos leitores que visitem o Canil-Gatil da nossa cidade e façam lá um novo amigo, e lhes dêem o carinho e a atenção que eles tanto merecem.
No Ano 2006, cerca de 600 animais foram adoptados no canil-gatil Municipal de Guimarães.

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